terça-feira, 17 de janeiro de 2012

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Relatório exclusivo sobre EAD
Número de brasileiros que fazem educação a distância pela internet: um estudo baseado em pesquisa direta junto aos internautas

Uma pesquisa que não se limita às informações do ensino formal, como os do Comitê Gestor da Internet no Brasil, chega a um número de alunos a distância quase dez vezes maior do que os dados mais divulgados sobre EAD. (Por Fábio Sanchez)

Segundo os dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), que realiza os censos educacionais para o Ministério da Educação, o Brasil tem 727.961 alunos em cursos a distância no nível de graduação (matrículas verificadas em 2008, os dados mais recentes do INEP). Porém, ao focar apenas um nível educacional, a pesquisa do MEC deixa de contar um universo bem maior de alunos que estão em outros níveis educacionais, como a pós-graduação, a EJA (antigo supletivo) e os cursos técnicos. Além disso, por se ater à educação formal, também deixa de contar a enormidade de cursos que não estão inseridos no sistema oficial de ensino, tais como os profissionalizantes (como os do Senai, Senac, Sebrae, todos com projetos nacionais de cursos a distância), os cursos de educação corporativa, os projetos paralelos de educação, tais como os da Fundação Roberto Marinho (mais de 400 mil estudantes por ano) ou da Fundação Oi Futuro, e ainda os cursos livres, de línguas, preparatórios para concursos etc. É uma população que deixa de ser contada pelos levantamentos oficiais.

Algumas iniciativas apoiadas pelo governo, como o CensoEAD.br, ou o Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância (AbraEAD), ampliaram esse horizonte e conseguiram contar entre 2,5 e 3 milhões de estudantes a distância, tendo a prudência de destacar que o número estava subestimado, já que seus critérios consideraram apenas os grandes projetos. O país carecia ainda de um instrumento que permitisse uma avaliação mais ampla desse universo, e ele não veio do ambiente educacional, mas sim de uma pesquisa focada em tecnologia da informação.

Divulgada no início de abril, a pesquisa que vem ampliar com muito mais objetividade esse cenário foi elaborada pelo Centro de Estudos sobre Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic), órgão do Comitê Gestor da Internet no Brasil. Entre questões sobre temas como usuários de computadores e de internet, o Cetic perguntou se eles utilizam o computador para finalidades educacionais e, mais especificamente, se fazem algum curso a distância (ou fizeram nos últimos três meses). Chegou a 11% dos usuários de internet, ou quase sete milhões de brasileiros (número projetado sobre a população sempre com base no PNAD do ano anterior, o que indica que também pode estar subestimada, e o número de usuários ser maior ainda).

A escolha da pesquisa do Cetic por levar em conta em suas projeções os usuários de internet nos últimos três meses não é o mesmo critério de indicadores internacionais, que definem o conceito de usuário da internet tendo como período de referência o acesso nos últimos doze meses. Porém, os pesquisadores optaram por este critério que torna os usuários mais recentes por considerar possíveis desvios, como falta de memória dos entrevistados que utilizaram uma vez ao ano. Tal abordagem qualifica ainda mais a pesquisa e é um consenso não apenas do Comitê Gestor da Internet do Brasil, como também do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A amostra da pesquisa foi desenhada pela Ipsos Public Affairs, responsável também pela coleta dos dados e cálculo dos resultados, de forma a apresentar uma margem de erro de até 0,7% no âmbito nacional, o que representa em média uma margem de erro regional de até 2%, sempre com nível de confiabilidade de 95%.

As entrevistas relativas à amostra principal de domicílios foram realizadas presencialmente em 19.998 residências, com indivíduos de 10 anos de idade ou mais. Trata-se de uma pesquisa muito mais confiável do que o levantamentos estatísticos eleitorais, por exemplo.

No estudo exploratório que fizemos desses dados, relacionamos as projeções estimadas pelo Cetic para população do país (região urbana) e para a população usuária da internet (também na região urbana).

Também relacionamos o percentual de usuários da internet que afirmaram aos pesquisadores, a cada ano, utilizar a rede de computadores para realizar cursos a distância. O resultado, exposto na tabela 1, mostra que o crescimento de usuários da internet para a realização de cursos a distância chegou a uma taxa de 16% no ano passado. Embora o percentual isolado dos que fazem cursos a distância esteja relativamente estabilizado desde 2007, deve-se considerar que o crescimento do universo dos usuários impacta para cima também o número dos que fazem cursos online. Dessa forma, o grupo desses estudantes pela rede de computadores também cresce, e a um índice ainda maior, 28% em 2009. Deve-se considerar, ainda, que essa série histórica representa apenas os dados referentes à área urbana, que o Cetic calcula serem 85% do total de brasileiros (assim como o próprio IBGE). A pesquisa só começou a ser realizada em zonas rurais a partir de 2008.
 * O relatório na íntegra em PDF você encontra no site: http://www.acheseucurso.com.br/ 
Tenha um bom dia, Claudia.
 

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